O nióbio foi observado pela primeira vez em 1801 pelo inglês Charles Hatchett (1765-1847) enquanto analisava amostras de minerais de cromo vindas dos Estados Unidos para o Museu Britânico. Devido à origem americana, deu-lhe o nome de Columbita, e ao elemento de Colúmbio. Em 1802 A. G. Ekeberg descobriu um novo elemento trabalhando com um mineral bastante parecido com a Columbita, ao qual deu o nome de tântalo (um deus da mitologia grega). Em 1844, H. Rose separou dois elementos numa amostra de Columbita sendo que um era semelhante ao tântalo de Ekeberg e o outro era diferente de tudo que ele já havia visto, este novo elemento foi chamado de “nióbio” (que deriva de Niobe, filha mitológica de Tântalo e deusa das lágrimas).
O nióbio é um metal refratário de alto ponto de fusão (2468 ° C) que possui ótima resistência à corrosão e oxidação em altas temperaturas; ele é obtido industrialmente por meio de redução a partir do óxido de nióbio. Encontra aplicação em diversos setores, desde o siderúrgico, onde é adicionado ao aço para a produção de aços microligados, com altas resistências mecânicas e melhores resistências a corrosão, até setores aeroespacial, militar e petroquímico.
Nióbio no Brasil
O Brasil possui as maiores reservas de nióbio do mundo (98%), seguido por Canada (1,5%) e Austrália (0,5%), sendo também o maior produtor mundial do mineral, o valor estimado das reservas brasileiras esta na casa dos trilhões de dólares. Ele é um mineral raro e estratégico, de extrema importância para diversas tecnologias contemporâneas e que poderia colocar o Brasil em uma posição de destaque no cenário mundial. Mas para isso deve-se desenvolver uma politica nacional de extração e aplicação deste mineral, mas isto ao que parece não esta nos planos do ministério de Minas e Energia por enquanto.
No Brasil apenas duas empresas extraem e processam o minério, a CBMM (Compania Brasileira de Metalurgia e Mineração) controlada pelo grupo Moreira-Salles mas com 30% de capital pertencente a um grupo asiático e a britânica Anglo American e a maior parte deste minério atende ao mercado externo.
Ou seja, o que acontece com este mineral importantíssimo no setor de siderurgia e alta tecnologia é o que historicamente tem acontecido com os minérios brasileiros: vendemos a matéria prima a preço de banana e compramos produtos acabados com alto valor agregado. Não há nada que justifique o fato de, apesar do Brasil (e exclusivamente ele) fornecer quase 100% do nióbio consumido no mundo, sem o qual não se fariam aviões, turbinas, mísseis, naves espaciais e aços com propriedades superiores, não existam politicas eficientes que além de induzirem a produção de bens e tecnologias com alto valor agregado no próprio país, exerçam maior controle sobre o valor desta matéria prima no mercado internacional.

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